sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Centro Antigo de Manaus - um debate necessário

Em 1995 a Prefeitura de Manaus lançou um Concurso para a Revitalização do Centro Antigo de Manaus e formamos uma equipe com os Arquitetos Ana Lúcia Abrahim , Almir de Oliveira e Mercia Parente para participar.

Bons tempos aqueles em que o nosso IAB atuava.

Nossa proposta venceu o certame e naqueles anos a Prefeitura de Manaus implantou de forma truncada alguns componentes da proposta e daí o evidente prejuízo na obtenção dos resultados desejados.


O Plano previa a implementação de 3 Polos de novas atividades na área: um Comercial, um Cultural e um de Lazer, além do corredor Bernardo Ramos destinados ao entretenimento e gastronomia.



O Polo Comercial previa a implementação de um Centro Comercial no trecho mais degradado da área.


O Cultural previa a recuperação do Paço Municipal para a instalação de um Museu Multimídia da Cidade, além do Centro de Cultura e Lazer da Ilha de São Vicente.
A Ilha de São Vicente seria convertida no único Parque Urbano à beira rio de Manaus e por estar na área central nas proximidades do terminal de transporte público, seria acessível a toda a cidade!


A rua Bernardo Ramos, coração geográfico do Centro Antigo, seria o eixo articulador dos tres polos beneficiada pelo fluxo induzido ao Parque da Ilha, poderia prosperar como um novo destino da cidade.


A proposta se complementava com a implantação de áreas para estacionamento, medidas de gestão de segurança , iluminação pública , sinalização turística dentre outras.

A Prefeitura ,na época, perdeu o foco com o incorporação da Ilha para instalações da Marinha do Brasil tirando do Plano sua força e coerência.

O Centro Antigo continua lá, desconhecido pela maioria dos manauaras, esquecido aguardando um novo momento para renascer na vida e no imaginário desta cidade.

PS.Esta postagem foi sugestão do nosso leitor Orlando Camara.

5 comentários:

  1. Engraçado Moita que entre 2003 e 2004 fiz todos os procedimentos de desapripriação de uma área entre Bernardo Ramos e Frei José dos Inocentes, desapropriando uma área privada, passado a mesma para a Marinha e ficando com um pedaço da frente do terreno da Marinha, para criar uma alça viária entre as duas ruas e permitir o trânsito melhor por ali. Em 2009, quando voltei a visitar o projeto, havia um prédio da Marinha construído, tanto na área desapropriada, quando na área que eles cederiam em troca do terreno desapropriado.
    E em alguns imóveis públicos, como naquele em frente à antiga Câmara Municipal, eles realizaram, no mesmo período (2005-2008) uma intervenção de reforma, para abrigar bancas de camelôs. Qual o sentido com o projeto?????
    Infelizmente, o projeto é visto somente como obras, quando existe uma proposta e um objetivo, onde nascem as obras e a partir de onde elas são configuradas. Ainda tenho esperanças que ele tome novo fôlego!

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  2. Bom ler que sabe do que está falando. Vou aprender bastante aqui. Legal!! Obrigada.

    Sue

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  3. Ola;
    existe algum plano de revitalizacao atualmente? qual a situacao do centro hije?
    Victor

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  4. Victor,

    Não há Plano de Revitalização, pelo menos que seja de conhecimento público. Vivemos uma séria crise que já dura uns 30 anos no Centro Histórico de Manaus.

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  5. Roberto,

    Estou simplesmente embasbacado com esse projeto. Ja tinha ouvido falar de planos para revitalizar a Ilha de São Vicente, mas nunca para transformá-la em parque. É absolutamente genial! Numa cidade completamente desprovida de parques urbanos, imagina se pudéssemos ter um à beira rio. O seu projeto lembra bastante o Pontão do Lago Sul, em Brasília, que é um dos locais mais belos e agradáveis da capital federal. Vale ressaltar, no entanto, que a sua idéia é original, já que foi pensada em 1995, enquanto os planos para o espaço em Brasília apenas iniciaram em 1996.

    É realmente uma pena que a Ilha de São Vicente tenha sido repassada à Marinha, da mesma forma que uma extensa área na Ponta Negra, de frente para o rio, que é de propriedade e uso exclusivo do Exército. Apesar dos mesmo encontraram-se atualmente muito bem cuidados, pois o esmero na arborização e na conservação dos prédios é visível, está mais do que na hora de esses espaços voltarem ao poder público para que possam ser implementados projetos como o seu. Assim, nós teríamos não apenas mais alguns belíssimos pontos turísticos, mas acima de tudo áreas de lazer, esportes e entretenimento para uso dos próprios moradores de Manaus, garantindo um grande avanço na qualidade de vida da cidade.

    Você já apresentou esse projeto para a Secretaria de Cultura do Estado (SEC)? Esse órgão tem sido o responsável pela construção e principalmente pela manutenção dos únicos pontos familiares e de lazer da cidade, como o Largo de São Sebastião, a Praça da Polícia, o Parque Jéfferson Péres e o Largo do Mestre Chico. Tenho certeza que um espaço desses, localizado no berço da cidade e abrangendo um importante prédio histórico, além da vista deslumbrante do conjunto formado pelo Rio Negro, pela Ponte Estaiada e pela Cervejaria Miranda Corrêa, seria de grande interesse da SEC. Sugiro fortemente que você converse com eles e faça uma pequena apresentação. Ao ver o grande potencial da área, não há como se negar a arregaçar as mangas para levar o seu projeto do papel para a realidade.

    Em tempo, você também é o autor do projeto da Nova Ponta Negra, não é? Estou desenvolvendo alguns projetos e gostaria muito de conversar com um arquiteto talentoso como você. Me manda um email: andremaues10@gmail.com

    Abraços,

    André Maués

    O El Dorado é aqui: www.descobrindooamazonas.webs.com

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