Centro de Manaus - não há "gato"nesta foto . |
A praga urbana da fiação aérea ocorre em muitas cidades ,em especial aquelas subdesenvolvidas, mas em Manaus ela tem assumido a especial dimensão de uma epidemia fora de controle que se alastra e se agiganta a cada dia.
Isso porque mais e mais empresas passaram a utilizar o mesmo poste que inicialmente foi dimensionado para a energia elétrica e a telefonia : o tempo, o aumento da demanda e o avanço de oferta de serviços trouxe o cabo das TV's por assinatura, as sucessivas expansões de redes de telefonia e mais um emaranhado de fios que se superpõem, cruzam as ruas e avenidas em várias direções.
Esse verdadeiro cipoal de fios e chicotes de diferentes espessuras, cruzetas de suporte, módulos de controle e até centros de medição instalados sem um mínimo critério estético - se é que seria possível tornar estes arranjos esteticamente aceitáveis - criam uma paisagem que se aproxima daquilo que se convencionou chamar na linguagem popular de "uma visão do inferno".
Av. Eduardo Ribeiro e o Palácio do Comércio. |
Esse pragmatismo, de viés meramente tecnicista, que preside a instalação e operação destas redes públicas, não poupa nem nossas principais avenidas, ou mesmo a área mais nobre do Centro Histórico como pode ser observado nas fotos-denuncia postadas aqui , de autoria do talentoso artista visual Charlle's Marcley, onde duas delas registram nada mais nada menos do que a avenida Eduardo Ribeiro !
A má notícia é que essa desqualificação urbana infelizmente não tem data para acabar. As empresas que gerenciam o parque de fornecimento de energia da Cidade de Manaus não incentivam a implantação de novas redes subterrâneas e não mostram qualquer interesse em faze-lo nas áreas já consolidadas da cidade.
Mesmo empreendedores privados que querem criar novos bairros ou condomínios com o atributo civilizado das redes subterrâneas tem seus empreendimentos onerados pela operadora de energia , pois a mesma não recebe essas redes para operar e manter.
Mesmo empreendedores privados que querem criar novos bairros ou condomínios com o atributo civilizado das redes subterrâneas tem seus empreendimentos onerados pela operadora de energia , pois a mesma não recebe essas redes para operar e manter.
Diante desse quadro, a meu ver, só resta aos verdadeiros cidadãos, aos formadores de opinião, à imprensa, aos dirigentes públicos comprometidos com um futuro melhor para esta Cidade (com C maiúsculo) pressionar as empresas operadoras dos sistemas em três direções:
Av. Eduardo Ribeiro e edif. Cidade de Manaus |
1.Quebrar este paradigma técnico arcáico e passar a aceitar que redes subterraneas sejam incorporadas ao parque público de distribuição, incentivando essas práticas positivas a favor da melhoria gradual de nossa urbanidade.
2.Buscar recursos para a implantação de redes subterreâneas pelo menos nas áreas centrais e nas principais avenidas .
3. Cobrar uma revisão esteticamente aceitável destas redes aéreas existentes que poluem, literalmente, todos os recantos de nossa Cidade.
Sabemos que essas providências são perfeitamente possíveis.
Oxalá tenhamos sucesso !